Notícias

Entenda como funciona a portabilidade da dívida no cartão de crédito

A partir desta segunda-feira (1º), o cliente pode levar o saldo devedor para outra instituição financeira que ofereça condições mais vantajosas.

Começou nesta segunda-feira (1º) a portabilidade das dívidas do cartão de crédito. Quem deve pode escolher a instituição que oferece a negociação mais vantajosa.

Em 2023, o vendedor Júnior Henrique dos Santos vendia sacolés em Belo Horizonte. Se empolgou com as primeiras vendas e fez um cartão de crédito, mas teve dificuldades para pagar as parcelas.

“No dia da fatura deu fora do meu pagamento. Foi uns R$ 1 mil. No que eu vi, já estava tipo uns 80%, quase R$ 2 mil”, conta.

O Brasil tem mais de 13 milhões de famílias endividadas, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio. Quase 90% desses endividados estão na mesma situação do Júnior: por causa do cartão de crédito. A novidade é que a partir desta segunda-feira (1º), o cliente pode levar o saldo devedor para outra instituição financeira que ofereça condições mais vantajosas.

A portabilidade pode ser online ou presencial. O cliente deve solicitar informações sobre a dívida com a empresa que emitiu o cartão de crédito. Em seguida, ele leva essas informações a outras instituições financeiras em busca de melhores condições. Se conseguir, a empresa que havia concedido o cartão tem até cinco dias para cobrir a oferta ou finalizar o pedido de portabilidade.

Segundo o Conselho Monetário Nacional, a operação deve ser feita de forma gratuita.

Portabilidade da dívida no cartão de crédito — Foto: Reprodução/TV Globo

O economista do IPEAD/UFMG Diogo Santos explica que a portabilidade pode ajudar a reduzir as taxas de juros do cartão.

“A taxa de juros do rotativo hoje no Brasil está em torno de 13%, 14% ao mês. É muito alta. Dá mais de 400% ao ano. Então, o objetivo é tentar criar um ambiente concorrencial em que empurre essa taxa para ficar um pouco menos, ou seja, que melhore para os consumidores”, explica.

A artesã Carmélia Luzi de Jesus Andrade não vê a hora de renegociar a dívida do cartão para viver em paz.

“Se eu conseguir um desconto, acho que pode ser uma boa saída”, diz.