Com o avanço e uso mais intenso de tecnologias como a inteligência artificial, machine learning, big data e realidade aumentada, as empresas estão automatizando processos e integrando essas ferramentas nas rotinas dos colaboradores. Esse cenário pode criar um ambiente de trabalho que, muitas vezes, desumaniza as relações profissionais, tornando o papel do RH essencial para impedir que isso aconteça.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Think Work Lab, os desafios na área de RH mudaram consideravelmente no último ano. Cuidados relacionados à saúde mental, diversidade e inclusão eram prioridades para as companhias em 2023, mas atualmente apenas 7% delas planejam manter o foco no bem-estar emocional e na diversidade das equipes. Esse deslocamento de prioridades destaca a necessidade de um RH que vá além das funções administrativas tradicionais e se torne um ponto de apoio fundamental para o bem-estar e desenvolvimento humano dentro das organizações.
O RH precisa adotar uma abordagem centrada nas pessoas, reconhecendo que os colaboradores são indivíduos com necessidades, desejos, pensamentos e desafios únicos, e não apenas recursos. Essa mudança de postura é crucial para construir um ambiente corporativo mais inclusivo e acolhedor, que valorize a diversidade e entenda as características e necessidades de cada pessoa. Práticas como a escuta ativa, feedbacks construtivos e suporte emocional são essenciais para a formação de um clima organizacional motivador e engajador.
O RH verdadeiramente humano tem se mostrado fundamental para a retenção de talentos, um dos principais desafios enfrentados pelas empresas atualmente. Em um mercado cada vez mais competitivo, as empresas que investem no bem-estar e desenvolvimento de seus colaboradores, por meio de iniciativas de educação corporativa e oferecendo oportunidades de crescimento, destacam-se como marcas empregadoras e atraem e mantêm os melhores profissionais.
Nos últimos anos, observou-se um aumento nas ações focadas na saúde mental dos colaboradores. Em comparação com dez anos atrás, as empresas estão muito mais empenhadas em reconhecer e abordar questões como estresse, burnout e outros problemas psicológicos. Essas iniciativas são essenciais para criar um ambiente acolhedor e positivo, garantindo maior produtividade e satisfação com o trabalho.
Buscar um RH mais humano não significa diminuir a utilização de novas tecnologias e seus benefícios, mas sim fazê-lo de forma estratégica e inteligente, reconhecendo a complexidade das pessoas. A integração de inovações como plataformas de gestão de talentos e ferramentas de comunicação interna deve ser feita com um enfoque humano. A tecnologia deve servir como facilitadora para melhorar a experiência do colaborador, não o substituir ou atrapalhar sua rotina.
Está cada vez mais claro que um RH humano vai além de uma simples tendência; é uma necessidade crescente para empresas que buscam sucesso sustentável sem abrir mão de seus valores. A tecnologia e o toque humano podem coexistir harmoniosamente, criando um ambiente de trabalho onde a inovação tecnológica e o bem-estar dos colaboradores andam de mãos dadas.
*Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista.