A ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária, Copom, divulgada ontem, não apresentou grandes novidades, mas como o documento deixou em aberto todas as possibilidades, o mercado de juros aumentou levemente as apostas em um corte de 0,25 ponto porcentual na taxa básica de juros, Selic, em outubro, adicional a uma queda de 0,50 ponto porcentual em agosto. Isso resultou em recuo generalizado nas taxas dos contratos futuros, percebido com maior intensidade nos prazos longos.
Enquanto isso, a Bovespa e o mercado de câmbio viveram mais um pregão sob a influência preponderante do cenário internacional. Lá fora, o ambiente de negócios melhorou em função, principalmente, de resultados corporativos positivos nos Estados Unidos e de uma trégua na Europa.
Na Bolsa, pesou também o fato de o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, ter admitido que os preços dos combustíveis estão defasados e podem ter novo aumento. Embora ele tenha se eximido de apresentar datas, isso foi suficiente para elevar os preços das ações da Petrobrás e acentuar a alta do Ibovespa, que fechou em 55.346,65 pontos, com valorização de 1,40%.
As ações ON da petroleira tiveram alta de 1,86%, enquanto as PN subiram 1,50%. Também colaborou para esse desempenho a alta de 3,1%, a US$ 92,66 o barril, no contrato de petróleo com vencimento em agosto, negociado em Nova York.
Outro destaque foi o setor de construção, que se beneficiou das prévias de resultados do segundo trimestre, apresentadas por algumas empresas. Já os papéis da Vale terminaram o dia em direções opostas com ON em alta de 0,13% e PNA mostrando recuo de 0,08%. Com isso, a Bolsa emplacou a terceira alta seguida, acumulando aumento de 3,64% no período, o que eleva o ganho do mês para 1,83%. No ano, a queda ainda é de 2,48%.
No mercado de câmbio, a perda do dólar acompanhou de perto o comportamento que a moeda mostrou diante da maioria das demais divisas no exterior. Porém, a trajetória foi intensificada pela percepção de fluxo positivo no segmento comercial. Operadores afirmaram que a presença de exportadores nas mesas vendendo dólares foi destaque ontem. Ao final do pregão, o recuo da moeda norte-americana ficou em 0,40% no mercado à vista de balcão e, na semana, o recuo já é superior a 1%. Assim, o dólar continuou seguindo seu caminho rumo ao piso informal de R$ 2,00, fechando o dia a R$ 2,016 no mercado à vista de balcão.