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Dólar tem alta, mas BC segue ausente

No fim do pregão, o dólar comercial apontava alta de 0,64%, a R$ 2,057, mas chegou a fazer máxima a R$ 2,07 (+1,27%).

Depois de duas quedas seguidas, o dólar abriu a semana ganhando do real. A formação de preço mostrou alguma relação com o câmbio externo, onde o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu, e o euro perdeu valor de forma acentuada. Mas o real não mostrou correlação com outras moedas emergentes, como o dólar australiano, o peso mexicano e o rand sul-africano, que ganharam da divisa americana.

No fim do pregão, o dólar comercial apontava alta de 0,64%, a R$ 2,057, mas chegou a fazer máxima a R$ 2,07 (+1,27%). O giro estimado para o interbancário foi baixo, cerca de US$ 980 milhões. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para julho subiu 0,48%, a R$ 2,064.

Segundo o economista da BGC Liquidez, Alfredo Barbutti, o mercado não tem a sensação de que a eleição resolveu os problemas na Grécia. Afastou-se um cenário catastrófico, mas ainda há muita dúvida.

As urnas mostraram vitória do partido conservador, favorável ao pacote de ajuda, mas agora começam as negociações para formação de um novo governo.

Enquanto isso, a Espanha voltou ao foco, conforme o custo de financiamento do país subiu para cima dos 7% (título de 10 anos). A Itália também está vendo um aumento no custo de sua dívida e crescem os comentários de que o país será o próximo a precisar de ajuda externa.

De volta ao mercado local, Barbutti aponta que o viés prevalente ainda é de compra de moeda americana. Só que o vendedor de moeda, que é o Banco Central (BC), está fora do mercado. Faz uma semana que o BC não oferta dólares no mercado futuro via "swap" cambial.

O vendedor privado, lembra Barbutti, sempre atua de forma mais tímida, com volume menor e limites bem definidos, pois ele continua onerado pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado na ampliação de posição vendida em derivativos. "O mercado continua sem funcionar plenamente", diz.

Ainda de acordo com Barbutti, ao permanecer fora do mercado, o BC passa a sinalização de que está de acordo com essa taxa de câmbio, então o mercado vai "testando" patamares mais altos.

No câmbio externo, o DXY subiu 0,46%, a 81,97 pontos, enquanto o euro caiu 0,94%, para US$ 1,257, depois de subir a US$ 1,274 no começo do dia.