Os mercados de ações e de câmbio tiveram um dia bastante instável ontem. O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), subiu 0,21%, aos 53.384 pontos, após avançar 1,76% de manhã e recuar 0,79% de tarde. O câmbio também passou da queda à alta e fechou com valorização de 0,38%, a R$1,844, o segundo dia seguido de alta. Os negócios foram influenciados pela aprovação na Alemanha do aumento dos aportes no fundo de resgate para países europeus e pela revisão para cima do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre.
Segundo analistas, os dois fatos levaram otimismo na abertura dos pregões, mas, depois, os investidores avaliaram que o problema da dívida na Europa ainda não está resolvido, apesar dos avanços de ontem.
- A aprovação na Alemanha é importante, mas o avanço pode ser considerado só mais um passo. O problema continua - diz Hersz Ferman, gestor de renda variável da Yield Capital.
Em Nova York, depois de muito oscilar, o S&P 500 recuperou-se e fechou em alta de 0,81%, o Dow Jones ganhou 1,30% e o Nasdaq recuou 0,43%. Na Europa, Paris ganhou 1,07%, Frankfurt avançou 1,10% e Milão teve alta de 2,07%. Na contramão, Londres recuou 0,40%.
Segundo analistas, o Ibovespa não recuperou-se tanto quanto os índices dos EUA porque a queda nas commodities (matérias-primas com cotação internacional) prejudicou as ações da Vale, de grande peso no índice. Vale PNA (preferencial, sem direito a voto) perdeu 1,18%, a R$40,10. Petrobras PN avançou 0,26%, a R$19,40, e PDG ON (ordinária, com voto) foi a maior alta (5,12%, a R$6,37).
Pela manhã, o dólar operou em queda. À tarde, chegou a subir 1,09%, antes de fechar com alta de 0,38%. A valorização acumulada no mês está em 15,76% e, no ano, 10,68%.
Bancos terão que informar a turista custo total do dólar
Para o gerente da mesa de câmbio da corretora Icap Brasil, Ítalo Abucater dos Santos, a mudança de humor dos investidores foi turbinada pelos fatores que têm deixado o mercado futuro de câmbio no Brasil mais sensível na alta do dólar, como a taxação do mercado futuro de câmbio e o movimento de compra de fundos estrangeiros.
No câmbio, bancos e corretoras serão obrigados a informar o custo total para comprar dólar ou outro tipo de moeda ao cliente que vai viajar para o exterior. O Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu ontem padronizar as tarifas e criar o Valor Efetivo Total (VET) que é o que o consumidor conseguirá comparar. Antes, ao tentar pesquisar o preço das moedas - já que o banco pode cobrar o preço que quiser - o consumidor recebia várias informações como o preço, os valores de algumas tarifas e o peso dos impostos. No fim, o cliente não conseguia calcular o que realmente iria pagar.
O CMN decidiu, ainda, manter a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que corrige os financiamentos do BNDES, em 6% ao ano. O percentual é o mesmo desde meados de 2009.