A demanda do consumidor por crédito cresceu pelo quarto mês consecutivo em junho no País, refletindo a melhora nos prazos e custos dos financiamentos para as pessoas físicas, de acordo com pesquisa da Serasa Experian. A baixa renda foi o segmento em que a procura por recursos a prazo mais aumentou no período, quando comparada com maio.
O Indicador Serasa Experian da Demanda do Consumidor por Crédito subiu 4% em junho, ante maio. Na comparação com o mesmo período de 2008, contudo, houve queda de 1,2%. No primeiro semestre de 2009, o indicador recuou 6,8% ante o mesmo intervalo em 2008.
Apesar do resultado semestral negativo, as condições de crédito estão mais favoráveis do que no início do quarto trimestre de 2008, no pior momento da crise financeira global.
Quando observadas as variações anuais ante os mesmos meses do ano anterior, junho de 2009 teve a menor queda de todo o primeiro semestre. Para a entidade, os últimos seis meses do ano deverão registrar taxas anuais positivas de expansão da demanda do consumidor por crédito.
A procura por crédito na baixa renda puxou o indicador em junho. A demanda aumentou 5,2% ante maio, na faixa dos consumidores com renda mensal de até R$ 500, seguida pela classe de renda entre R$ 500 e R$ 1.000 (alta de 4,9%).
As classes intermediárias (rendimento de R$ 1 mil até R$ 10 mil) também apresentaram variações positivas, de 3,4% a 3,7%. Somente a classe de renda superior a R$ 10 mil registrou queda em junho (3.8%) corrigindo a forte alta do mês anterior (11,3%).
Na análise semestral, contudo, a baixa renda continua como destaque negativo na procura do consumidor por crédito, com queda de 11,3% ante o primeiro semestre de 2008.
As camadas intermediárias de renda oscilam entre quedas de 5,7% a 6,9% e as duas camadas mais altas tiveram as menores quedas na procura por crédito (recuo de 4,6% para quem ganha entre R$ 5.000 e R$ 10.000 e queda de 5,2% para quem recebe mais de R$ 10.000 por mês).
Na análise do Serasa, é importante lembrar que a classe de renda mais elevada foi a que teve a maior variação acumulada no segundo trimestre (20,1%), quando a demanda por crédito começou a se recuperar. Contudo, o fato de as demais classes terem reagido de forma mais intensa em junho revela que o processo de reativação da demanda do consumidor por crédito não é um movimento restrito às camadas de renda mais alta.