Os analista do mercado financeiro reduziram, de 9,25% para 9% ao ano, sua expectativa mediana para a taxa Selic no fim de 2009, mostra a pesquisa semanal do Banco Central com cerca de cem economistas do setor privado. A queda da Selic esperada ocorre dois dias depois de o governo anunciar mudanças na regra de remuneração da caderneta de poupança, que abre espaço para juros menores, e uma semana depois de o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC sinalizar na ata de sua reunião de abril que há espaço para cortes mais agressivos nos juros básicos.
A expectativa mediana é que, na sua próxima reunião, marcada para junho, o Copom faça um corte de 0,765 ponto percentual na taxa Selic, que cairia dos atuais 10,25% ao ano para 9,5% ao ano. Nos meses seguintes, segundo as projeções dos analistas, a Selic cairia mais 0,5 ponto percentual, terminando 2009 em 9% ao ano. Em 2010, porém, a Selic voltaria a ser majorada, em 0,5 ponto percentual, terminando o ano em 9,5% ao ano.
Os chamados Top 5, grupo composto pelos cinco analistas econômicos que mais acertam suas projeções, têm uma visão ainda mais otimista. Os Top 5 de médio prazo, que acertam mais as projeções de médio prazo, apostam em uma Selic de 8,88% ao ano no fim de 2009. A aposta é que, no ano que vem, a taxa termine em 8,75% ao ano.
Os analistas econômicos continuaram a reduzir suas expectativas para a taxa de câmbio. Agora, a aposta mediana é que a cotação do dólar termine o ano em R$ 2,12, abaixo dos R$ 2,20 que os economistas achavam provável na semana imediatamente anterior. A expectativa é que o câmbio termine 2010 em R$ 2,20.
Os analistas seguiram revendo para melhor as expectativas para o déficit em conta corrente de 2009, que agora é estimado em US$ 18,9 bilhões, abaixo dos US$ 20 bilhões estimados uma semana antes. A previsão para 2010 caiu de US$ 23 bilhões para US$ 22,65 bilhões. A melhora é explicada, sobretudo, pelo desempenho da balança comercial. Agora, os analistas esperam superávit de US$ 18,15 bilhões em 2009, acima dos US$ 17,5 bilhões projetados uma semana antes. Para 2010, a expectativa foi mantida em US$ 15 bilhões.
As expectativas de inflação para 2009, medidas pelo IPCA, caíram de 4,36% para 4,33% em uma semana - e continuam abaixo da meta definida para o ano, de 4,5%. Já a expectativa de inflação para 2010 aumentou, de 4,3% para 4,33%, mas segue abaixo da meta, também de 4,5%. (AR)