Gladys Ferraz Magalhães
"O cheque especial é o dinheiro mais caro do mercado financeiro, e só deve pegá-lo quem não tiver outra saída". O alerta é do professor da UnB (Universidade de Brasília), Roberto Piscitelli, e vai de encontro à recomendação do Procon-SP para os consumidores ficarem atentos às taxas de juros e não se precipitarem na contratação de empréstimos desnecessários.
O motivo para tanta preocupação se deve ao fato de que o BC (Banco Central) divulgou, no último sábado (9), em sua página na internet, a tabela de juros praticados pelas instituições financeiras, entre 20 e 27 de abril, revelando que as taxas bancárias não estão acompanhando o ritmo de queda da Selic.
O período é anterior à data da terceira redução da taxa básica de juros neste ano, que perdeu mais um ponto percentual no dia 29, passando de 11,25% para 10,25% ao ano. Contudo, apesar da Selic ter perdido 3,5 pontos percentuais de janeiro a abril, com os juros nas operações bancárias não ocorreu o mesmo, sendo que, no cheque especial, por exemplo, a desaceleração foi de 0,30 ponto percentual, entre dezembro e o quarto mês do ano, bem longe da redução da Selic.
Juros
Tomando por base as dez principais instituições financeiras do país, verifica-se que o cheque especial com juros mais baixos é o da Caixa Econômica Federal, 6,28% ao mês, equivalente a 61,27% da taxa Selic atual. Já as mais altas são cobradas pelo ABN Amro Real (9,14%) e Santander (9,26%), segundo publicado pela Agência Brasil.
Os valores para o crédito pessoal também não são baixos, variando de 2,23% ao mês (Caixa Econômica) a 5,79% ao mês (Safra), podendo ultrapassar os 15% em algumas financeiras, como a Cetelem Brasil (22%) e a Crefisa (18,99%).
Para a compra de veículos e financiamentos de bens eletroeletrônicos, as variações, respectivamente, são as seguintes: de 1,49% da Caixa para 2,56% do Safra; e de 1,75% no Santander para 4,07% do HSBC.