Na esteira da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para produtos da chamada linha branca – geladeira, fogão, máquina lavar –, os bancos públicos federais deram indicações claras de que pretendem intensificar sua atuação no crédito ao varejo. Ontem, a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, afirmou que a instituição estuda novas possibilidades de financiamento desses produtos.
Segundo ela, a Caixa já tem um cartão específico para financiar esse segmento, mas deve buscar "novas formulações de crédito" e tentar facilitar o acesso dos consumidores a esses financiamentos, diante da potencial expansão do setor em função da redução temporária do IPI.
Nesse sentido, Maria Fernanda disse que o banco federal deve firmar parcerias com grandes redes de varejo. "O consumidor poderá escolher o produto e terá disponível o crédito da Caixa", afirmou.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Banco do Brasil (BB) disse já dispor de linhas de crédito voltadas para o varejo, estar pronto para atender a demanda tanto de pessoas físicas como de jurídicas e vai "intensificar" sua atuação no varejo, também buscando parcerias com grandes redes.
Se de fato BB e Caixa disputarem firmemente a privilegiada posição de bancos das redes varejistas, o governo estará abrindo um novo flanco de estímulo à competição no sistema financeiro.
A presença no ponto de venda dos produtos é considerada estratégica, uma vez que o cliente pode comprar o determinado bem e contratar imediatamente o financiamento por meio da financeira ou banco que tem parceria com o varejista. A reportagem apurou que o BB, por exemplo, estaria negociando um pacote de produtos, serviços e crédito com o Magazine Luíza.
Minha Casa – A presidente da Caixa, Maria Fernanda Coelho, também informou que houve um aumento grande no número de acessos ao simulador de crédito imobiliário, depois do lançamento do programa "Minha Casa, Minha Vida".
Segundo ela, a média diária de acessos passou de 74 mil para 450 mil. Na quinta-feira e sexta-feira passadas foram mais de 1 milhão.
Maria Fernanda disse que a expectativa é que de oito a 12 meses a Caixa já comece a entregar unidades. "O volume atual é de 7 mil unidades . Já recebemos projetos e eu acredito que nos próximos 15 dias já será possível fazer uma avaliação de quantas unidades poderemos ter em execução neste ano", afirmou.