As linhas de crédito de curtíssimo prazo (hot money) deram salto nos últimos meses, apesar do aperto na concessão de empréstimos. Essas linhas já registram alta superior a 50%, e o total acumulado supera R$ 1 bilhão.
Essa é uma modalidade de curtíssimo prazo que, por isso mesmo, passou a ser mais utilizada pelas instituições financeiras como forma de diminuir os riscos do crédito.
Para o ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e sócio da consultoria Integral Trust, Roberto Troster, a grande variação se deve porque os estoques da linha são baixos, uma vez que se renovam rapidamente, então qualquer volume provoca uma alteração considerável. "Porém, todos estão com o pé no breque na hora de fornecer crédito, e uma linha que oferece menos riscos é a preferida pelo credor", analisa o economista.
O prazo médio para a linha, em novembro, estava em 14 dias e a taxa de juros teve uma queda de 1,7 ponto em relação a outubro, a 58,3% ano.
Segundo ele, ainda não dá para ver uma tendência nisso. "No entanto, a inadimplência subiu em dezembro, que sazonalmente cai.
O número de vendas e a produção industrial também já entraram em declínio, o que não são bons sinais". Segundo dados da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o volume de inclusões de registro no Central de Proteção ao Crédito (SCPC) aumentou 11,9% em dezembro em relação a 2007.
Além disso, também houve uma melhora geral nos saldos em carteira para pessoa jurídica em novembro, ante outubro.
As exceções foram desconto de promissória, queda de 3,4% a um saldo de R$ 184 milhões, conta garantida, baixa de 0,3% a R$ 49,803 bilhões, aquisição de bens, que caiu 1,5% a saldo de R$ 16,879 bilhões, e vendor, queda de 0,5% a R$ 10,507 bilhões.
"Isso é relacionado com a volta das grandes empresas a captar no mercado interno, após o fechamento das linhas internacionais", opina o analista.
Para ele, a média "mascara" a realidade, em que pequenas e médias ainda têm dificuldades de acesso ao crédito.