Anote na agenda: você tem de 15 de março até 31 de maio para fazer a declaração do Imposto de Renda. No entanto, se seu rendimento mensal é de no máximo R$ 2.824, não há com o que se preocupar. De acordo com uma Medida Provisória (MP) publicada pelo Governo Federal no início de fevereiro a faixa de isenção foi ampliada - anteriormente, contribuintes com rendimento mensal de até R$ 2.112 precisavam prestar contas. Com a nova regra, 15,8 milhões de brasileiros estão isentos da declaração, segundo o Ministério da Fazenda.
“O imposto de renda serve para declarar todos os bens e rendimentos que a pessoa obteve no ano anterior”, explica a advogada tributária e contabilista Mayra Saitta. Mas, além disso, ele tem um propósito em larga escala: dá a possibilidade que o Governo Federal ter maior controle sobre os gastos e poder dar retorno com um maior investimento em áreas como saúde, educação, segurança e vários tipos de serviços públicos.
Declarar o Imposto de Renda parece um bicho de sete cabeças, mas não precisa ser. Por isso, é importante reunir todos os documentos, notas e informes de rendimentos com antecedência para não cometer erros e correr o risco de cair na malha fina. A seguir, confira tudo o que é necessário para fazer a declaração do IR sem dores de cabeça:
Quem precisa declarar?
De acordo com a Receita Federal, a declaração é obrigatória para quem:
Documentos necessários
Separe os seguintes documentos: carteira de identidade, CPF (RGs mais recentes possuem o CPF), título de eleitor e comprovante de residência atualizado. Também é preciso ter em mãos um comprovante de rendimento do trabalho e a declaração de Imposto de Renda de 2023 (referente aos rendimentos de 2022), se tiver.
Além destes documentos, Saitta cita outros que são indispensáveis, como os informes de rendimento que a pessoa teve (de onde trabalhou ou é proprietário), informes de rendimentos de bancos, de aplicações, notas fiscais de exames médicos, consultas, fisioterapias, dentistas, comprovantes de pagamento de despesas como escola, faculdade, plano de saúde, entre outros. Absolutamente todos os bens devem ser declarados, como imóveis, veículos, terrenos, entre outros.
A declaração pode ser feita de forma virtual por meio do site do Ministério da Fazenda, baixando o programa para computador ou o aplicativo para celular Android ou iOS.
E quem não declarar?
É bom separar os documentos com antecedência, pois a penalidade é amarga. “Quem não declarou dentro do prazo, pode declarar a qualquer momento, só que vai ter uma multa. Ela começa em R$165,74 e pode variar de 1 a 20%, de acordo com o valor da renda”, explica a contabilista.
Além disso, enquanto a declaração não for enviada, a pessoa fica com o CPF pendente. Isso significa que ela não pode abrir ou movimentar contas bancárias de qualquer tipo, tirar passaporte, receber aposentadoria, comprar ou vender imóveis, participar de concurso público, entre outros.
Por isso, Mayra Saitta reforça a importância de fazer a declaração com antecedência: “Quanto mais cedo correr atrás do que precisa e dar entrada na declaração, menos riscos de entregar de última hora, esquecer de algum documento, fazer a declaração errada e depois ter que retificar”, diz.
Sobre Mayra Saitta, advogada Tributária e contabilista
Mayra Saitta é advogada especialista em Direito Empresarial e Tributário formada pela Faculdade de Praia Grande (FPG) e graduada em Ciências Contábeis pela Universidade de Santo Amaro. Empresária, fundou há 13 anos a Saitta Contabilidade e é diretora do Grupo Saitta, que engloba serviços de advocacia, contabilidade e marketing.
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